Portas abertas para o mundo, o Porto de Santos acumula superlativos. E um deles é o fato de ser o maior corredor de exportação de café do Planeta. Mas, esse título não seria tão eloquente se, na retaguarda, não houvesse a Associação Comercial de Santos (ACS). E esse ganha-ganha começou lá atrás, quando os trens da São Paulo Railway, do Barão de Mauá, começaram a despejar na estação do Valongo o grão trazido de Jundiaí. Mas, lá se vão 157 anos. Desde então, Santos se consolidou, cresceu e pulverizou as riquezas geradas pelo ‘ouro verde’. Hoje, todos os contratos futuros para venda de café negociados na Brasil, Bolsa e Balcão (B3), a bolsa de valores e mercadorias de São Paulo, são certificados pela ACS.
“O café é a fortaleza da Associação Comercial e sempre foi o motor de Santos. E a Cidade é estratégica para o País porque um quarto do PIB do Brasil passa por aqui. Santos é o Porto do Brasil!”, resume Mauro Sammarco, presidente da ACS, reeleito para o segundo mandato em março de 2023. “E a tendência é continuarmos crescendo por muitos anos”, completa o presidente.
Maior expert em excelência do grão no mundo, a Associação Comercial já formou mais de mil classificadores e degustadores de café em 35 anos de cursos e oficinas, distribuindo conhecimento sobre o tema para os cinco continentes.
Toda a expertise desenvolvida desde sua fundação, em dezembro de 1870, também transfere à Associação Comercial a autoridade de emitir laudos definitivos na arbitragem de eventuais divergências entre exportadores e importadores.
E essa credibilidade leva os profissionais da ACS a provar, em média, 120 a 160 xícaras de café por dia. O recorde foi de 470 xícaras em um único dia de trabalho. A equipe é formada por três árbitros aptos a fazer a análise técnica sobre a qualidade do grão. E todo o processo começa com o envio pelo exportador de 500 gramas de café cru com a descrição do lote, do ano-safra e do tipo do grão, seja ele arábica ou conilon.
MOTOR DA CIDADE
A ACS surgiu da necessidade dos exportadores de café se organizarem para atender as exigências do mercado internacional. Naqueles dias, as exportações ganhavam fôlego com o avanço da produção brasileira e, principalmente, com o aumento exponencial na capacidade de transporte dos grãos, desde os rincões mais distantes do interior paulista até o Porto, que começava a se organizar.
“O Brasil deve muito ao café e a Associação Comercial é uma instituição histórica, que surgiu para melhorar o ambiente de negócios. Era um momento de grandes mudanças na sociedade”, explica Sammarco.
Hoje, a ACS tem 345 associados e 25 câmaras setoriais. “Com o tempo, agregamos os demais segmentos econômicos”, salienta o presidente. E a representatividade dos associados na economia nacional se espelha em números. Dentre os empresários com voz na Associação Comercial, há “muitos com faturamento maior que o PIB de alguns estados brasileiros”, revela Sammarco.
“Isso nos permite uma conversa transversal com todos os segmentos da economia local e nacional”, relata o presidente. Nesse universo, 80% dos associados estão ligados, direta ou indiretamente, às atividades portuárias.
Fonte: Diário do Litoral
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