Atrasos batem recorde no mês de janeiro e atingem 85% dos navios


Um levantamento feito pela startup ElloX Digital em parceria com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) revelou que 85% dos navios que atracaram em Santos sofreram atrasos ou alterações nas escalas. Os dados são relativos ao mês de janeiro e foram divulgados na última quarta-feira.

 

Esse percentual é recorde e mais do que triplicou na comparação com janeiro de 2023. No mês passado, a Ello X Digital, especialista em tecnologia no segmento logístico, detectou 78 atrasos ou alterações nas escalas. Há um ano, foram registradas 25 ocorrências do gênero. O recorde anterior havia sido registrado em novembro de 2023, com 81% de atrasos ou mudanças nas escalas. 


“Tais problemas estão resultando em adiamentos regulares de embarques e pátios abarrotados de contêineres nos terminais portuários, que estão com dificuldades para receber cargas devido a limitações físicas de espaço do terminal”, revela o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron.


Os atrasos e o pouco tempo de gate (portão aberto no terminal para entrada dos contêineres) também impactaram diretamente o planejamento de embarques das empresas e geraram custos adicionais aos exportadores, “que seguem enfrentando esses entraves para cumprir os prazos e honrar seus compromissos”, conforme reforçou Heron. 


No mês passado, apenas 13% dos procedimentos de embarque tiveram prazo superior a quatro dias de gate aberto por navios. Outros 54% possuíram entre três e quatro dias e 19% tiveram menos de dois dias de período de gate aberto. 


Desde o início da parceria entre a startup e o Cecafé, em agosto de 2023, a ElloX recebeu 44 solicitações de evidências por cobranças indevidas que totalizaram US$ 56 mil. Com a comprovação de que os atrasos nos embarques não foram da responsabilidade dos exportadores parte dessas cobranças já foram canceladas.


Consultada, a Autoridade Portuária de Santos (APS) informou que a atracação de navios “está normal, sendo que alterações de escalas de embarcações são naturais e não significam atrasos, uma vez que decorrem de diversos fatores: conveniência dos operadores marítimos e portuários, clima, desembaraço documental, dentre outras situações menos comuns”. 


A APS disse ainda que “o embarque de café é feito em contêineres, cujas embarcações funcionam em linhas (como as de ônibus), de forma que não há falta de navios. Como exemplo, o Porto recebeu na semana passada (1º de fevereiro) o navio MSC Natasha XIII, com 366 metros, o maior navio da história a atracar em seu cais”. 


Fonte: Diário do Litoral

Foto: Reprodução 


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