Diretor de Operações da APS é destituído do cargo pelo Consad

Antônio de Pádua de Deus Andrade, de 58 anos, não é mais o diretor de Operações da Autoridade Portuária de Santos (APS). Ele foi destituído do cargo – por unanimidade – pelo Conselho de Administração(Consad) da APS. 


A decisão foi anunciada ontem e o motivo não foi revelado. Pádua Andrade já havia sido multado em R$30 mil pelo Tribunal de Contas da União (TCU) porque foi apontado como um dos responsáveis pelo superfaturamento de um contrato de dragagem firmado com a empresa Dragabrás entre 2016 e 2017. Na época ele era diretor de Engenharia da Autoridade Portuária. 


Em nota, a APS informou que o diretor de Infraestrutura, Orlando Razões, deverá acumular os trabalhos da Diretoria de Operações e que a APS aguarda a indicação de um novo diretor por parte do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor). Pádua Andrade é o quarto diretor a deixar a administração do Porto de Santos em menos de um ano. 


Da primeira formação da diretoria executiva anunciada em abril do ano passado pelo então ministro Márcio França, apenas o presidente, Anderson Pomini, permanece no cargo. As trocas iniciaram em setembro, logo após Silvio Costa Filho assumir oMPor. 



Em novembro de 2023, conforme publicado em A Tribuna, a APS prorrogou, pela quarta vez, os trabalhos da comissão processante aberta em junho de 2022 que apura eventuais fraudes da empresa belga Dragabrás em um contrato de dragagem do canal do Porto. O TCU apontou superfaturamento de R$ 45,9 milhões, em aditivos de valores e ajustes, em cima do montante inicial de R$ 72 milhões. 


A fiscalização do TCU, a partir de 2018, reuniu elementos que confirmaram a fraude, segundo o órgão. O Tribunal manteve a apuração até 2022, ouviu os envolvidos no contrato e seus advogados, mas não encontrou justificativas para os aditivos. 


Assim, rejeitou recursos e decidiu punir cada um com multa de R$ 30 mil, incluindo o então diretor de Engenharia da companhia, PáduaAndrade. 


O caso foi encaminhado à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal (MPF), para apurações criminais, além da APS, que instaurou a comissão processante. 


Andrade foi ministro da Integração Nacional no governo Michel Temer (MDB), em 2018 e início de 2019, e chegou a ser preso pela PF em setembro de 2020, durante a Operação S.O.S, implantada para combater desvios de recursos públicos da Saúde. 


Na época, ele era secretário estadual de Transportes no Pará. No ano passado, em nota, Andrade disse à imprensa que a investigação “não logrou comprovar qualquer envolvimento seu no referido processo” e reiterou o “comprometimento em prestar os esclarecimentos necessários tão logo seja formalmente intimado” em relação à comissão processante da APS. O ex-diretor disse que estava à disposição “para responder a eventuais questionamentos e colaborar” com investigação sobre o caso. 


Fonte: A Tribuna Jornal

Foto: Reprodução


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