Em 2024, a renda agropecuária brasileira será capaz de totalizar R$ 953 bilhões, 13,8% menor em comparação com o ano passado, refletindo uma safra menor e exportações mais fracas, além dos efeitos da tragédia no Rio Grande do Sul. De acordo com a consultoria MB Agro, será o pior desempenho desde 2019 e um sinal de modificação, após período excepcional para o setor – em condições climáticas desfavoráveis. O total mais fraco é um dos motivos para um provável crescimento menor da economia brasileira neste ano.
No PIB, a agropecuária também pode recuar, após seu crescimento de 15,1% em 2023. O consenso de mercado aponta queda de 1,6% do segmento nas contas nacionais, um dos agentes que levarão o PIB a ter expansão mais próxima de 2% neste ano – em 2023 a expansão foi de 2,9%.
Mas, de acordo com analistas, a agropecuária não está passando por crise. Sergio Vale, da MB Associados, considera que 2024 “é ano do ajuste”. Entre os anos de 2021 e 2023, a receita de cultivos ficou acima de R$ 1,1 trilhão, em valores atualizados preços de 2024. O indicativo considera preços e quantidades produzidas.
Segundo Vale, preço, volume e taxa de câmbio arrefeceram em 2024, corroborando para o resultado mais fraco. Com a perspectiva de juros mais altos nos EUA, os valores de commodities se acomodaram e a safra brasileira sofre com os efeitos do El Niño, o que promove a queda de volume, ainda mais após o desempenho de 2023, diz ele. Vale confirma que o dólar passou o trimestre todo abaixo de R$ 5 e recebeu força no segundo trimestre.