Os portos brasileiros movimentaram 1,303 bilhão de toneladas em mercadorias em 2023, 6,9% a mais em comparação ao ano anterior. Os dados são do Desempenho Aquaviário 2023, da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), divulgados ontem. Santos liderou, fechando o ano passado com 173,3 milhões de toneladas operadas.
De acordo como levantamento estatístico, enquanto as principais mercadorias movimentadas pelos portos foram soja (+29%), milho (+18%), óleo bruto de petróleo (+9,4%), minério de ferro (+7,6%) e fertilizantes (+6,9%), contêineres (-0,5%) e carga geral (-2,9%) apresentaram queda.
Santos liderou o desempenho ao movimentar 9,7 milhões de toneladas a mais de mercadorias em relação a 2022, o que corresponde a uma alta de 7,7%, totalizando as 173,3 milhões de toneladas. Destaque também para os ativos portuários de Paranaguá (PR), com aumento de 6,3 milhões de toneladas (+12,1%) e Itaguaí (RJ), que registrou um crescimento de 5,2 milhões/t(10,2%).
Entre os terminais de uso privado (Tups) se destacaram o Terminal de Petróleo Tpet/Toil – Açu (RJ, +32,9%), o Terminal Porto Sudeste do Brasil S/A (RJ, +47,9%), e o Terminal de Tubarão (ES, +11,8%).
Em toneladas, os crescimentos em comparação com o ano anterior foram de 14,3 milhões de toneladas, 8,9 milhões de toneladas e 8 milhões de toneladas, respectivamente.
O balanço estatístico apontou ainda crescimento de 10,5% na navegação de interior, por hidrovias; 8,3% no longo curso, referente ao transporte de mercadorias entre países; e de 1,6% na cabotagem, pela costa do Brasil.
INFRAESTRUTURA
O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Eduardo Nery, atribuiu a movimentação recorde de 2023 aos investimentos injetados em infraestrutura portuária nos portos públicos e terminais de uso privado (Tups).
Nery destacou ainda que “a implementação do programa Navegue Simples é indispensável no processo de modernização dos portos, simplificando processos (concessões, arrendamentos e autorizações), para que possam se tornar ainda mais céleres e atendam ao aumento de demanda”.
ARCONORTE
O anuário apontou ainda que a movimentação de soja e milho no Arco Norte superou a do restante do País. Portos e terminais da Região Norte movimentaram juntos 100,8 milhões de toneladas em 2023, contra 88,5 milhões de toneladas no ano anterior, enquanto a movimentação abaixo do paralelo 16˚S alcançou 100,2 milhões de toneladas, contra 73,4 milhões em 2022.
Segundo a Antaq, o Arco Norte tem se tornado uma alternativa fundamental para o escoamento da produção de soja e milho do Centro-Oeste, duas mercadorias que, nos últimos 13 anos, viram suas exportações triplicar e quintuplicar, respectivamente, tornando o Brasil o maior exportador dessas commodities.
O Brasil responde, hoje, por 58% das exportações mundiais de soja e 27% das exportações de milho, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
PROJEÇÕES
A Antaq divulgou as projeções de movimentação para os próximos quatro anos. Os estudos indicam que os portos deverão alcançar a marca de 1,313 bilhão de toneladas em 2024 (+2,3% sobre 2023), 1,333 bilhão de toneladas em 2025, 1,391 bilhão de toneladas em 2026 e 1,415 bilhão de toneladas em 2027.
Fonte: A Tribuna Jornal
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