Petrobras deve ter resultado tímido no 4º trimestre

A Petrobras deve apresentar um quarto trimestre de recuos nos resultados em comparação a igual período de 2022, mas especialistas afirmam que o foco dos investidores estará na divulgação dos dividendos. A média de seis casas de análises consultadas pelo Valor, mostra que o lucro líquido da estatal de outubro a dezembro de 2023 deve ser de R$ 34,1 bilhões, ante R$ 43,4 bilhões em igual período de 2022, queda de 21,4%. 


A receita líquida, conforme a média calculada, deve ser de R$128 bilhões, queda de 19,1%em comparação aos R$ 158,5 bilhões do quarto trimestre de 2022. 


O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado deve ser de R$ 70,2 bilhões, queda de 3,8% ante os R$ 73 bilhões de outubro a dezembro de 2022. O Valor compilou as estimativas de Itaú BBA, Safra, BTG Pactual, Goldman Sachs, BB Investimentos e Ativa Investimentos. 


Analistas afirmam que os fatores que geram a diferença entre os resultados do quarto trimestre de 2022 e o de 2023 são a cotação do Brent e efeitos não recorrentes que impulsionaram os resultados mais antigos. 


Conforme o Jornal Valor Data, o Brentfechou o quarto trimestre de 2023 com uma cotação média de US$ 84,54, abaixo dos US $88,26 de igual período do ano anterior. A maior estimativa de lucro do Itaú BBA, com R$ 35,9 bilhões. A menor, do Safra, com R$ 31,9 bilhões. A previsão mais elevada de receita da Ativa Investimentos, de R$140,35 bilhões,  e a menor, do BB Investimentos, de R$ 117 bilhões. A projeção mais otimista do Ebitda é ItaúBA, de R$ 74,6 bilhões e a mais pessimista, do BB Investimentos, de R$ 60,84 bilhões.


Em 2022, a Petrobras afirmou que o lucro havia sido beneficiado por ganhos com acordos de coparticipação nos campos da cessão onerosa de Sépia, Atapu e Búzios, além de venda de ativos. 


Segundo analistas, o foco dos investidores na divulgação da Petrobras, em 7 de março após o fechamento do mercado, será o possível anúncio de pagamento de dividendos extraordinários. Para eles, a Petrobras tem espaço para pagar o nível mínimo de dividendo ordinário extraordinário. 


Para a Ativa Investimentos, a estatal deve pagar R$ 1,50 por ação referente aos dividendos regulares e até R$2 por ação para os dividendos extraordinários. No total, o dividendo extraordinário somaria cerca de US$ 5 bilhões, ou R$ 26 bilhões, segundo a Ativa.


“A situação do caixa da Petrobras permite o pagamento, considerando valores elencados com processos de recompra de ações”, afirma Ilan Arbetman, analista da Ativa. 


“A companhia teria mais espaço para distribuição de dividendos, considerando que o ponto de caixa ótimo para eles é de cerca de US$ 8 bilhões. Mas isso não deve acontecer inteiramente por conta de outras obrigações, como reservas.” 


Para o Goldman Sachs, que também aponta o anúncio dos dividendos como o principal foco do mercado, a Petrobras tem capacidade de pagar até US$ 8 bilhões (quase R$ 40 bilhões) em dividendos extraordinários. 


Dividindo pelas 13 bilhões de ações em circulação, o resultado seria de pouco mais de R$ 3 por ação. Para o BTG Pactual, a distribuição de dividendo extra deve ser de US$ 7,3 bilhões, sendo US$ 4 bilhões pagos aos acionistas e os demais US$ 3,3 bilhões guardados na reserva de capital criada pela estatal em outubro de 2023. 


A Petrobras também divulgou os dados fechados de 2023.Conforme a média calculada pelo Valor a partir de quatro estimativas de bancos, a estatal deve atingir lucro líquido de R$ 129 bilhões, 31,5% abaixo dos R$ 188,3 bilhões de 2022. A receita líquida média esperada para 2023 é de R$ 507 bilhões, recuo de 20,9% ante os R$ 641,2 bilhões do ano anterior. 


O Ebitda deve atingir os R$ 266,7 bilhões, queda de 21,6% ante os R$ 340,4 bilhões de 2022. O Valor considerou projeções de Itaú BBA, Goldman Sachs, BB Investimentos e Ativa Investimentos. A maior expectativa de lucro é da Ativa Investimentos, de R$ 129,6 bilhões. A menor, do BB Investimentos, de R$ 128,2 bilhões. A projeção mais elevada para a receita é de R$ 518 bilhões, e a menor, do BB , de R$ 494,8 bilhões. 


A maior previsão de Ebitda é do Itaú BBA, de R$ 275,1 bilhões, e a menor, do BB, de R$ 258,2 bilhões.


Fonte: Jornal Valor Econômico

Foto: Reprodução 


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