Indústria no Nordeste enfrenta desafios, afirma FGV

A economia do Nordeste está crescendo de maneira constante e superando a média nacional em 2024. No entanto, o setor industrial da região ainda enfrenta falta de dinamismo, com resultados abaixo da média do Brasil. Essa análise é de Flávio Ataliba, coordenador do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), que é responsável pelo Boletim Macro Regional para o Nordeste, lançado nesta terça-feira (17).

Segundo Ataliba, o setor industrial do Nordeste enfrenta desafios estruturais, e o nível de produção local ainda não atingiu o patamar pré-pandemia. “A mensagem principal é que a indústria no Nordeste precisa de mais dinamismo. Ela ainda apresenta problemas estruturais e está ‘correndo’ atrás do desempenho nacional”, destacou.

O boletim reúne uma série de dados econômicos sobre os nove estados da região. Com base no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), o estudo mostra que a economia do Nordeste registrou uma queda de 1% em junho, em comparação ao mês anterior, enquanto a média nacional cresceu 1,4%. No entanto, no acumulado de 2024, o Nordeste apresenta um crescimento de 3,1%, acima dos 2,1% da média brasileira. Por outro lado, a indústria da região recuou 0,4% no ano, enquanto o Brasil registrou um avanço de 2,6%.

Ataliba ressalta a necessidade de aprofundar a investigação sobre os gargalos que afetam a indústria nordestina. “Os problemas estão no financiamento? No acesso aos mercados?”, questiona.

O boletim também destaca dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que indicam uma queda na confiança dos empresários industriais da região. Em julho, o índice de confiança caiu 2,2 pontos, atingindo 48,7 pontos. “Esse indicador reflete uma certa resistência dos empresários em investir e expandir a produção no curto prazo”, diz o documento.

Por outro lado, o setor de serviços no Nordeste apresenta um cenário diferente. Com base em dados do IBGE, o boletim aponta que sete dos nove estados da região registraram aumento no volume de serviços em junho, em comparação a maio. Apenas Rio Grande do Norte e Alagoas apresentaram retração, sendo também os únicos estados com queda no acumulado do ano.

O estudo também avaliou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do IBGE e revelou que a taxa de desemprego no Nordeste foi de 9,4% no segundo trimestre de 2024, uma redução de 1,7 ponto percentual em comparação ao trimestre anterior, quando o índice era de 11,1%.

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