Indústria reage e aponta otimismo  

A produção industrial apresentou alta de 1,1% em dezembro, no quinto mês consecutivo de crescimento. Segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no cálculo acumulado, o indicador encerrou o ano de 2023 com variação positiva de 0,2%.


 O saldo do ano veio melhor do que em 2022, quando a indústria fechou com queda de 0,7%. A melhora da atividade em dezembro não foi capaz de eliminar o desempenho negativo ao longo do ano. Somente nove dos 25 ramos mostraram crescimento na produção. 


O resultado surpreendente de 2023 foi puxado predominantemente pelas indústrias extrativas – cujo crescimento é sustentado pela produção de petróleo e de minério de ferro. Outro destaque ficou por conta dos produtos alimentícios. Já entre as atividades com indicadores negativos, constam veículos automotores, produtos químicos, máquinas e equipamentos, aparelhos e materiais elétricos e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos. 


Segundo André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal, é possível observar dois períodos distintos ao avaliar o desempenho em 2023. “O primeiro semestre foi marcado por um comportamento predominantemente negativo da indústria geral, com uma queda de 0,3% no período. Já no segundo semestre, há, claramente, uma melhora de ritmo na produção industrial, resultando num crescimento de 0,5%”, destacou. 


O gerente da pesquisa afirmou que o ganho de fôlego pode ser atribuído pela gradual melhora dos indicadores macroeconômicos e de emprego e renda. 


“Esse avanço recente da produção industrial pode ser explicado pelo comportamento positivo do mercado de trabalho, com redução na taxa de desocupação e aumento na massa de rendimentos; e por uma inflação em patamares mais controlados, especialmente no segmento de produtos alimentícios”, disse. 


Macedo reforçou ainda a contribuição positiva das exportações, especialmente no que se refere às commodities. “Também se observa, ao longo do ano, o início da flexibilização na política monetária com a redução na taxa de juros. São fatores importantes para se entender o movimento recente da indústria para o campo positivo. Mas vale a ressalva que é um resultado muito próximo da estabilidade”, completou. 


Na última semana, o governo anunciou uma nova política industrial, com previsão de destinar R$ 300 bilhões para financiamentos destinados ao programa até 2026. O objetivo é estimular o desenvolvimento produtivo e tecnológico, ampliar a competitividade da indústria brasileira e impulsionar a geração de emprego e renda. 


Segundo o economista do PicPay, Igor Cadilhac, as perspectivas para o setor, que vem sofrendo em patamares baixos desde a pandemia, são boas em 2024. “O governo tem promovido políticas de estímulos à atividade econômica, que podem incentivar a indústria. Mas, as preocupações que colocam um viés baixista seguem. A economia global com menor crescimento, os juros altos e alto comprometimento de renda das famílias”, avaliou.


Fonte: Correio Braziliense

Foto: Reprodução 



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