A Refinaria Presidente Bernardes Cubatão (RPBC) fará nesta semana a primeira entrega de Diesel R5 em sua longa história de serviços prestados à Nação, iniciada em 1955. O novo produto é resultado da mistura de óleos vegetais, como o de soja, ao diesel fóssil convencional.
O início do fornecimento do R5 representa mais um passo na transição da Petrobras de uma empresa eminentemente petrolífera para um player com atuação mais ampla no setor de energia a partir de fontes renováveis de última geração. A opção pela RPBC foi atender o maior mercado consumidor do País.
A nova atividade na planta industrial de Cubatão foi anunciada com exclusividade por esta coluna em 29 de setembro de 2023. A Petrobras é pioneira no desenvolvimento de diesel com conteúdo renovável, gerado por coprocessamento de derivados de petróleo (parcela mineral) com matérias-primas de origem vegetal, como o óleo de soja. A redução das emissões de gases do efeito estufa da parcela renovável é de, ao menos, 60 % em comparação com o diesel mineral.
Segundo a empresa, além do benefício ambiental, o Diesel R5 não requer adaptações nos veículos. É um produto com alta estabilidade e isento de contaminantes, o que garante durabilidade e desempenho dos motores.
“A oferta de Diesel R5 reflete o avanço dos investimentos da companhia em descarbonização. Esse é mais um passo para atender ao mercado que busca soluções sustentáveis para a redução de suas emissões”, afirma o diretor de Comercialização, Logística e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser. “Fomos a primeira empresa no Brasil a desenvolver tecnologia própria de coprocessamento e implantamos, em nossas unidades, um combustível que não requer adaptação ou alteração nos motores para ser usado”, resume o diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França.
A RPBC é a segunda unidade da Petrobras a comercializar o combustível fóssil convencional misturado a óleos vegetais, após a consolidação das vendas de Diesel R5 na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná. Mais duas refinarias realizaram testes de produção do R5 no fim de 2023. A Duque de Caxias (Reduc, RJ) recebeu adaptações em sua infraestrutura logística e em unidades de processo de hidrotratamento. A Refinaria de Paulínia (Replan, SP), por sua vez, também realizou o primeiro teste e está ultimando os ajustes de logística.
Aliada à produção do Diesel R5, a RPBC terá a primeira planta industrial do País dedicada à conversão de óleos vegetais em bioquerosene de aviação (BioQAV).
As obras estão incluídas no Plano Estratégico da Petrobras para os próximos cinco anos. O investimento será de US$ 600 milhões, algo em torno de R$ 3 bilhões. Esse será o maior aporte da RPBC em quatro décadas. A nova planta deve produzir seis mil barris por dia de bioquerosene de aviação.
O Programa BioRefino é um dos destaques do Plano Estratégico da Petrobras e projeta uma demanda crescente por combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês).
A partir de 2027, o setor estará sujeito a regras mais restritivas nos voos internacionais. Como desdobramento do Acordo de Paris, a Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO) determinou a introdução gradual de combustíveis sustentáveis pelas companhias aéreas.
A ICAO reúne 191 países-membros e o Acordo de Paris foi assinado em 2015 durante a Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP21. O objetivo é conter as mudanças climáticas causadas principalmente pelo acúmulo de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. O CO2 é gerado a partir da queima de florestas e do uso de combustíveis fósseis, como gasolina, diesel, querosene de aviação e carvão.
Fonte: Diário do Litoral
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