Decisão da Vale sobre CEO poderá ser tomada até maio

O processo de sucessão da Vale, que poderá levar tanto à renovação do mandato do atual CEO, Eduardo Bartolomeo, quanto à sua substituição, poderá se estender até o fim de maio, informou ontem a mineradora. 


Um comunicado ao mercado divulgado pela companhia diz que “a decisão do Conselho de Administração sobre a renovação do mandato ou a escolha de sucessor poderá ocorrer até o término previsto do mandato em vigor”. 


O mandato de Bartolomeu vai até 26 de maio próximo. Na semana passada, houve uma reunião extraordinária do Conselho da Vale para tratar da sucessão. O encontro terminou sem definição e uma nova reunião extraordinária é esperada. O encontro da semana passada se deu em torno da apresentação de um relatório de avaliação de desempenho de Bartolomeo. 


O documento sugere que seja feito um processo seletivo para o cargo, com a possibilidade de que o atual CEO participe, disse, pedindo anonimato, uma fonte que acompanha as discussões. Janeiro foi um mês decisivo para a sucessão da Vale por causa da proximidade do fim do mandato de Bartolomeo. A possibilidade de trocar o CEO inflamou as disputas entre os acionistas da mineradora, marcadas pela necessidade de enfrentar as consequências da tragédia de Brumadinho (MG) —onde, cinco anos atrás, o rompimento de uma barragem de rejeitos deixou 270 mortos — e acirradas pela reestruturação que transformou a empresa numa corporação, sem controle definido, em novembro de 2020. 


Além disso, o fim do mandato de Bartolomeo se aproxima no contexto em que a Vale ganhou um novo acionista relevante, a gigante do etanol e açúcar Cosan, com pouco menos de 5%, e em que houve mudança no Palácio do Planalto.


 REESTRUTURAÇÃO 


Desde o início do terceiro governo Lula, circula nos bastidores a informação de que o presidente gostaria de indicar o ex-ministro Guido Mantega como CEO da Vale, embora a influência direta do governo federal sobre a mineradora tenha diminuído após a reestruturação de 2020 e a saída do BNDES do capital da empresa.


 Mês passado, o governo federal elevou a pressão política sobre a companhia, até que, no último dia 26, sinalizou, também nos bastidores, que desistiu da ideia. Uma definição sobre o futuro de Bartolomeo era esperada até o fim de janeiro também por causa da política de sucessão da Vale.


 Como divulgado pela companhia em novembro, o processo de sucessão do CEO “deve ser iniciado entre seis e quatro meses antes do vencimento do prazo de gestão (mandato)” do atual ocupante do cargo. 


Fonte: O Globo

Foto: Reprodução


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