A Petrobras anunciou nesta terça-feira (20) o início dos testes de uma tecnologia que passará a fazer a separação entre óleo e gás,rico em CO2, no fundo do mar.
Desenvolvida e patenteada pelo Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), a ferramenta, chamada Hisep, tem investimento total de US$ 1,7 bilhão (R$ 8,3 bilhões) pelo consórcio que ganhou o bloco de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos,formado por Petrobras, Shell, Total, a estatal Pré-Sal Petróleo (PPSA) e as chinesas CNPC e CNOOC.
Desse valor, US$ 1,5 bilhão foi investido na construção do projeto-piloto do Hisep. Os demais US$ 200 milhões serão utilizados para construção do Centro Tecnológico do Pré-Sal Brasileiro (CTPB), em parceria com a Universidade Federal de Itajubá (Unifei), em Minas Gerais.
O Hisep começará a ser testado em formato piloto no campo de Mero 3, no pré-sal da Bacia de Santos. Depois dessa fase, a expectativa da empresa é que a ferramenta comece a ser utilizada em 2028.
.O campo unitizado de Mero é o terceiro maior do pré sal e faz parte da área de Libra. O diretor de engenharia da Petrobras, Carlos Travassos, diz que será possível ganhar eficiência e gerar valor para a companhia com a implementação do Hisep, uma vez que a tecnologia permitirá diminuir o peso das plataformas em cerca de 65% e, em um segundo momento, reduzir número pessoas que trabalham embarcadas, além a possibilidade de venda dessa ferramenta para outras petroleiras.
Boa parcela da planta de processo, unidade FPSO dedicada a separar e injetar gás, pode dar espaço para Isep. Isso pode mudar o formato chamado “topside”, a parte de cima da FPSO, que pode reduzir o custo das plataformas. Parcelada instalação será na parte de cima e ficará no fundo do mar “, diz Travassos.
A FPSO é a sigla que designa plataforma que produz, processa, armazena e escoa petróleo.
Em janeiro, a Petrobras assinou com a FMC Technologies do Brasil, subsidiária da Technip FMC, contrato para que a parceira cuide da infraestrutura do Hisep.
O projeto começará pela FPSO Marechal Duque de Caxias, que terá capacidade de processamento de 180 mil barris de óleo e 12 milhões de metros cúbicos de gás.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirma que a vantagem da nova tecnologia mitigar os efeitos dos gases poluentes no fundo do mar, em vez de emitir o gás para compensar posteriormente: “A descarbonização fundamental para atividade de extração de petróleo e nos ajudará continuar continuar utilizando hidrocarbonetos.”
Depois da separação, o gás é reinjetado nos poços submarinos. “Posteriormente, o uso do Hisep nos ajudará a reduzir o número de pessoas embarcadas na plataforma, em área de risco, assim como já eliminamos atividades de mergulho, realocando as pessoas para outros trabalhos. Isso nos gera ganho de eficiência na produção.”
Fonte: Jornal Valor Econômico
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