Santos escoa 95% do algodão do País 

O Brasil exportou 1,6 milhão de toneladas de algodão em 2023, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Desse total, 1,5 milhão de toneladas (95,8%) foram escoados pelo Porto de Santos, de acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa). A exportação total, porém, teve redução de pouco mais de 10% em relação a 2022, quando foram embarcadas 1,8 milhão de toneladas. 


Conforme a Abrapa, apesar da retração em relação ao ano anterior, o País se manteve como o segundo maior exportador de pluma do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. “A safra 2022/23 foi impactada por efeitos climáticos adversos. Com isso, tivemos um volume menor para exportar. A conjuntura mundial também foi desafiadora para o algodão”, afirma o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel. 


De acordo com o MDIC, o volume embarcado entre janeiro e dezembro do ano passado gerou uma receita de US$ 3,07 bilhões ao País. A China foi o principal destino da pluma brasileira, correspondendo a 48% do volume escoado no ano passado. Já o diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, apontou que houve um salto nas exportações no segundo semestre. “74% das exportações de 2023 (1,194 milhão de toneladas) ocorreram de julho a dezembro, superando em 24% o registrado no mesmo período de 2022. De 2018 para cá, esta foi a segunda melhor marca”. 


Com a receita gerada pelas exportações em 2023, o algodão firmou-se também como a sétima maior cadeia produtiva brasileira. O produto teve 2% de participação na receita total de US$ 167,5 bilhões de acordo com o ranking de exportações do agronegócio elaborado pelo Instituto Insper. 


O diretor da Mediterranean Logística, Michel Quirino, que opera no Porto de Santos, estima que o Brasil deverá se tornar o primeiro exportador global de pluma. “Possivelmente, o Brasil se tornará o primeiro exportador de algodão do mundo ainda neste ano ou o mais tardar no ano que vem, passando frente dos Estados Unidos. O setor prevê um crescimento até 2030. Já os EUA tendem a diminuir a plantação em razão das condições climáticas”. 


Quirino apontou que o complexo portuário santista recebe em torno de 160 mil toneladas de algodão por mês. A logística do algodão dura, em média, cinco dias desde a saída da fazenda até o Porto de Santos. “Atendemos clientes na Bahia, Mato Grosso e Minas Gerais. O produto é transportado em fardos por caminhões e por trem e os Redex (Recintos Especiais para Despacho Aduaneiro de Exportação), um localizado na Alemoa, em Santos, e o outro em Guarujá, e depois ele é estudado dentro dos contêineres”. Em Santos, a pluma é escoada pela BTP,Santos Brasil e DP World.


Fonte: A Tribuna Jornal Santos

Foto: Reprodução 



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