No mês de abril, 95 navios exportadores de café, ou 80% da totalidade para o período, apontaram atrasos ou modificação de escalas no Porto de Santos, a maior e mais importante porta de saída do produto no país. O maior espaço de tempo apurado foi de 30 dias. Os dados foram divulgados no recente Boletim Detention Zero (DTZ), em conjunto com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
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De acordo com o registro do DTZ, o índice de atraso de cargas para exportação nos demais portos brasileiros que despacham café para o exterior é preocupante. Na junção geral, 210 navios para expedição de café, ou 54% de um total de 391 porta contêineres, tiveram atrasos em abril.
“Os exportadores brasileiros seguem enfrentando intensos desafios logísticos, com o alto índice de atrasos de navios e a falta de espaços no porto santista, que incorrem em ineficiências, destacando-se como os principais entraves na adição de elevados custos, não planejados, aos atores do segmento”, aponta Eduardo Heron, diretor técnico do Cecafé.
Outro levantamento crítico demonstrou o curto tempo de abertura de gates no Porto de Santos, se referindo ao período que o exportador estabelece para que ocorra a entrega, de acordo com o deadline (prazo máximo da operação) estipulado pelos terminais portuários.
Em março, 11% dos processos de exportação tiveram prazo superior a quatro dias de gate cedido no Porto de Santos, a menor listagem registrada desde o começo do levantamento, em janeiro de 2023.
“Além disso, no mês passado, 42 navios não tiveram sequer uma abertura de gate no terminal santista. O que é extremamente preocupante, uma vez que isso gera, automaticamente, custos adicionais elevados e inesperados aos exportadores, que já vivem um cenário oneroso, com os gargalos logísticos, para honrar seus compromissos junto aos importadores dos cafés do Brasil”, lamenta Heron.